PALAVRAÇÃO: relações do sujeito com o conhecimento

De que modo a palavra dita, escrita ou, ainda, silenciada, pode produzir efeito no sujeito? Em que medida a palavra pode produzir transformação em quem lê ou escreve? Que movimentos políticos e/ou subjetivos a palavra pode trazer para uma sociedade? Essas são questões caras a este livro. Palavração: relação do sujeito com o conhecimento reúne dez capítulos que, de diferentes perspectivas e contextos, buscam circunscrever a relação do sujeito com o conhecimento a partir da linguagem. A diversidade de temáticas dá o tom da obra. Em comum, os textos consideram a linguagem como matéria viva e pulsante que anima o corpo do ser vivente, que o acolhe, podendo levá-lo a ser agente de transformação de/em diferentes comunidades.

O neologismo PalavrAÇÃO designa a posição ética de cada um dos dez autores deste livro: parte da ideia de que a palavra pode transformar uma comunidade inteira. Assim, a palavra dita / ouvida / silenciada pode gerar movimentos subjetivos, de modo a afetar o corpo de quem lê ou escreve. PalavrAÇÃO também nos convida a duvidar das palavras cuja ação não se materializam; instiga-nos, ainda, a questionar a relação com o conhecimento que se estabelece de maneira autoritária, que não considera o outro e os diferentes modos de ser e estar no mundo. Alerta-nos, ainda, para a necessidade de ler a hostilidade que se materializa por meio das palavras que são dirigidas àqueles que detêm o poder na sociedade. Ao mesmo tempo, entende que existe discurso funcionando sem palavras, de modo que essa ausência também afeta o corpo do ser vivente.